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domingo, 18 de abril de 2010

Homossexuais simpatizantes de Marina Silva exigem clareza sobre sua proposta de governo para os LGBT


“Posso ser aliada de movimentos, mas não sou o movimento em si”. Com esta frase, a candidata à presidência da República Marina Silva (PV-AC) tentou acabar com a polêmica de que ela não quis segurar a bandeira do arco-íris – o símbolo do movimento LGBT – dada como presente pelo vereador de Alfenas (MG) Sander Simaglio (PV-MG), na sexta-feira, 09, em Belo Horizonte.

A declaração de Marina Silva aconteceu durante sua passagem por Sorocaba, a 95 quilômetros de São Paulo, nesta quinta-feira, 15. “Não vou levantar a bandeira, assim como não faço com os demais movimentos. Não costumo fazer esse tipo de coisa”, justificou a candidata do Partido Verde (PV).

De acordo com o vereador Sander, do mesmo partido de Marina, a candidata à presidência deu um jeitinho de abraçá-lo com uma mão e com a outra, por baixo, esconder – mais que depressa – o símbolo da luta do movimento homossexual. Ontem, 14, Marina Silva escreveu o texto O que Penso a Respeito do Movimento LGBTs no seu Blog, justificando sua posição, mas não convenceu os seus simpatizantes e os possíveis eleitores LGBT. Eles pediram clareza da candidata.

“Tá, bandeira não pode. Mas um boné vai, né? Pelo menos foi assim com o MST”, disse um dos comentários no blog da candidata. Outros são mais contundentes para que Marina Silva saia de cima do muro ou – literalmente – do armário do moralismo religioso. “Minha conduta moral e ética também dá-se em valores cristãos, nem por isso deixo de ser lésbica. Sua colocação sugere que gays são imorais, descrentes e afastados de qualquer que seja a religião, e sua oferta de bondade não serve para pressionar o congresso a respeito da PLC 122/06”, disse Ana Paula, de Porto Alegre. Ela prosseguiu:

“Entendo perfeitamente que representa também sua bancada aliada composta por alguns cidadãos que são contra a criminalização da homofobia e outras causas gays. Se acompanhares atentamente, muitas comunidades gays apoiam sua candidatura e lhe prometem votos. Eu sou uma dessas eleitoras, mas preciso da tua posição concreta sobre o assunto”, argumenta Ana Paula.


“Senadora Marina, me desculpe por entrar no seu blog, mas o tema me diz respeito e gostaria de colocar o seguinte: A diferença entre o indivíduo que respeita e tolera a todos de um chefe de poder é que este último tem a competência de elaborar e executar políticas públicas. Veja bem, tem PODER. Então a sua ‘opinião’ deve vir confirmada com a intenção da execução dessas políticas ou não, se delas discorda. Quem postula um cargo como o que a senhora pretende não pode ser tão evasivo”, cutuca Raphael Cardoso, sobre o tipo escorregadio da candidata evangélica.

“O que nós, do movimento LGBT do Brasil todo queremos saber não é se a senhora tem bom relacionamento com gays, se nos tolera e nos respeita. Isso é bom, mas isso queremos de todos. Da senhora, e dos demais candidatos, nós queremos saber QUAL A POSIÇÃO sobre o PLC 122, que criminaliza a homofobia e está na pauta do Senado, e sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Por que, afinal, a senhora fala, fala e nunca diz nada sobre o que realmente importa?”, questiona Raphael.

Fonte: Mundo Mais

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