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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

entrevista com o ator Rafael Cardoso, do filme “Do Começo Ao Fim” e da minissérie “Cinquentinha”




Simpático, na conversa abaixo, Rafael fala sobre o processo de criação para o personagem, como foi se envolver com um filme polêmico e o assédio do público gay. Ele ainda revela um pouco de sua filosofia de vida: fazer diferença no mundo através da arte e, especificamente, na escolha de seus personagens.
Atualmente, Rafael pode ser visto na TV na minissérie “Cinquentinha”, de Aguinaldo Silva, exibida pela Rede Globo. Ele interpreta Eduardo, que se envolve com a mãe de um amigo, papel de Marília Gabriela. Sim! Mais um personagem na carreira de Rafael Cardoso que faz o público pensar: “Por quê não?”. Ah! Antes que alguém pergunte, Gabriel não é gay, tem um relacionamento com uma mulher há dois anos.


Em algum momento pensou em não fazer "Do Começo Ao Fim" devido a história polêmica?
Não relutei em fazer o filme. A homossexualidade não é mais um tabu. Fui eu quem mandou o material para fazer o teste, sabia do que se tratava. Desde quando li o roteiro, acreditei na história, no que ela queria passar. É uma história de amor bacana, diferente e que abrange outras questões dentro desta história, como a homossexualidade, a discussão de valores, e perguntas como “o que é importante?”, “o que vale para você?”. São questões essenciais do ser humano, que são tratadas de maneira tranqüila.


Apesar dos seus outros trabalhos (Rafael é de Porto Alegre e já fez TV e publicidade na região, além da novela global Beleza Pura), o filme “Do Começo Ao Fim” está sendo o de maior notoriedade em sua carreira, até o momento. Preocupa-lhe em algum momento ser marcado por esse personagem gay?
Esse é o meu primeiro trabalho de longa-metragem, não vai ser o último. Não vejo como um problema. É um filme muito bonito. O Thomás é um personagem e o trabalho de ator é retratar outras personalidades e acrescentar alguma coisa para a sociedade. No cinema e teatro a gente pode falar do que quiser, não há uma censura direta. Como não temos uma política forte de mudança, na educação, a mudança está na cultura, na arte, onde você pode dizer alguma coisa do tipo: “Ei! Preste atenção nisso aqui. Vamos mudar”. Todo mundo tem essa vontade de mudar o mundo de alguma forma e a minha maneira de mudar o mundo é na arte.
Não que eu vá fazer sempre papéis densos. Por exemplo, me diverti muito com Cinquentinha, mas mesmo assim é mais um personagem para dizer ´por que não?´ ´Só por causa da idade eles não podem se relacionar?´. Estou dando sorte de pegar personagens que tenham algo para falar. Mudar esses conceitos ultrapassados. Mas eu quero fazer mais personagens que tenham alguma coisa a dizer. Mandar uma mensagem que eu acredite.



Como foi o processo de criação do personagem Thomás? Quais referências você buscou?
O personagem foi sendo criado aos poucos. Vi alguns filmes, houve reuniões com os atores envolvidos (Júlia Lemertz e João Gabriel Vasconcellos), com o diretor (Aluízio Abranches)... Aí o personagem foi vindo.
Tenho vários amigos homossexuais, conversei com um deles. Um dos meus melhores amigos é gay. Ou seja, é muito próximo de mim, não precisei de muita pesquisa. Mas me preocupei em interpretar pela sutileza.


No início do ano, apareceu na internet um vídeo mais sensual de você com o ator João Gabriel Vasconcellos (que interpreta Francisco, o meio-irmão de Thomás no filme). Isso lhe incomodou em algum momento?
Esse foi o nosso teste. Não incomodou. Afinal, esconder o que né? Ter medo de quê?


Foi tranqüilo o relacionamento de você com o João Gabriel durante as filmagens?
Se tivesse que definir, foi uma parceria. Um trabalho de entrega. Quem assistiu o filme pode perceber, se não tivesse essa entrega, a relação não existiria.


Uma curiosidade: uma das cenas mais bonitas, é uma na qual você e o ator João Gabriel vão se

despindo aos poucos. Essa cena foi gravada várias vezes?
Foram gravadas algumas vezes sim. O nu no set de filmagem foi tranqüilo. Não tivemos problema algum. Tranquilidade total! Além dessa, algumas cenas de nudez foram gravadas mais de uma vez.


Como está o assédio do público gay com o lançamento do filme?
Há um assédio maior nas pré-estréias, no mais é tranqüilo. Geralmente as pessoas chegam perto da gente para elogiar, dizer que gostaram. Dizem que se identificaram com aquilo, que se emocionaram em tal hora, como no momento da viagem. Sempre tem uma identificação.


Você esperava essa repercussão que o filme teve? Acha que é positiva? Lhe traz uma satisfação como ator?
A repercussão que se teve com o teaser do filme, a gente não esperava que fosse daquele jeito. Gerou uma expectativa do público, o que foi muito bom. Mas sou muito crítico comigo mesmo, ao ver o meu trabalho. Mas está sendo uma repercussão boa para mim.

1 comentários:

CHRIS disse...

AKI EM BRASILIA SIMPLESMENTE N SE ACHA O FILME NEM P ALUGAR, NEM P VENDER.... ALGUEM SABE ONDE EU ARRUMO?