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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Confira biografia de Platão, filósofo que abordou homossexualidade


Você já teve um amor platônico? Já perdeu o sono pensando no(a) professor(a), vizinho(a), artista preferido(a)? Num(a) parente mais velho (a)?
Isso costuma acontecer na adolescência ou quando nos tornamos adultos jovens (ou nem tanto), introvertidos ou tímidos e sem coragem de chegar perto do objeto de nossos desejos que é sempre, na fantasia, um ser humano perfeito e maravilhoso.
Pois fique sabendo que foi vinte séculos depois de Platão, mais exatamente no século 15 d.C, que o filósofo florentino Marsilo Ficino cunhou o termo como sinônimo de amor focalizado na beleza do caráter e na inteligência do amado (a), enquanto a paixão pela matéria fica em segundo plano.
Mais tarde, em 1636, Sir William Davenat, poeta inglês, publicou “Platonic Lovers" ("Amantes platônicos"), baseado na obra de Platão ”O Banquete”, onde o amor é definido como a maior e mais bela de todas as virtudes.
Numa de suas obras mais conhecidas - ”os “Diálogos” - Platão exaltou o afeto que existia na relação de Sócrates com seus discípulos do sexo masculino, especialmente com Alcebíades - esse um amor nada platônico. Na Grécia Antiga, a interpretação da expressão amor platônico estava ligada à identidade homossexual como sentimento elevado e puro.
Em contraposição, o amor socrático seria aquele referente à “pederastia”, atração erótica de um homem - geralmente com idade acima de trinta anos - por um adolescente (entre os quatorze e dezesseis anos).

Platão defendia que o Verdadeiro Amor nunca deveria ser concretizado, pois, desde sempre, é cego. Com a intimidade e a convivência, os defeitos de humor e caráter da pessoa amada acabam aparecendo e tudo acaba nem sempre bem.

Pequena biografia
Platão (significando espada afiada ou ombros largos – há controvérsias) era o pseudônimo de Aristocles, sobrenome Glaucon, nascido no sétimo dia do mês Targelión (dia 7 de maio) de 428 a.C., em Atenas, filho de Ariston e Perictione, descendentes de famílias reais.
Participou como soldado nas Guerras do Peloponeso, onde sua cidade natal – derrotada - perdeu poder e status econômico.SOCRATES

Aos 21 anos entrou para o círculo de Sócrates. Quarenta anos separavam o Mestre deste seu discípulo querido. Assistiu o julgamento (como contou na obra "Apologia") e morte de Sócrates (399 a.C) muito revoltado com o tratamento que Atenas deu a seu grande filósofo, condenado por "perverter a juventude com suas idéias".
Para arejar e se instruir, fez uma grande viagem (390-388 a.C.), que serviu como inspiração para escrever os “Diálogos” e refletir sobre Ética e sobre as injustiças humanas.
Esteve no Egito, onde observou a estabilidade política; na Itália, onde trocou idéias com os pitagóricos, na Sicília, onde conheceu Dionísio I, de Siracusa.
Ali, teve uma profunda ligação com Dion, cunhado do rei. Aprendeu muito sobre a forma de governar de Dionisio I, que seria a base para a obra “A República”. Mais tarde visitou novamente Siracusa, para conhecer o sucessor, Dionisio II.
Ao voltar para a Grécia, seu navio foi interceptado em Egina e foi vendido como escravo a Aníceris de Cirene, que o havia reconhecido e logo lhe devolveu a liberdade.
Grande comunicador e figura carismática, Platão era considerado filho de Apolo e o povo dizia que, quando criança,”abelhas haviam adocicado seus lábios com mel”, tão doces e convincentes eram seus discursos.
Em 387 a.C comprou um terreno nas proximidades de Atenas, onde fundou a Academia, centro especializado em filosofia e cultura que funcionou normalmente até 86 a.C., quando foi destruída pelos romanos.
Adquiriu terras perto de Colona, povoado da Ática, onde construiu um templo às Musas, que se tornou propriedade coletiva da Academia.

Premonitório
Grandes filósofos e intelectuais frequentaram a Academia, inclusive Aristóteles, que ali permaneceu durante 20 anos (367-347 a.C.).

Platão foi influenciado por:

*Pitágoras, na área da harmonia numérica e geomatemática;

*Anaxágoras – mestre de seu amado Sócrates - que discorria sobre o fato da Inteligência e a Razão preencherem o Todo
*Parmênides, que pensava a unidade de todas as coisas, concluindo assim seu raciocínio sobre a alma humana..
Nosso filósofo também não concordava que os políticos mais votados assumissem os principais cargos em uma cidade ou país porque achava que nem sempre os mais votados eram os mais preparados.
Procurava criar uma alternativa para impedir que a política fosse abalada pela corrupção e a incompetência. Sem sucesso até hoje.
Platão morreu em Atenas aos 81 anos em 347 a.C.
A atividade literária do filósofo tomou 50 anos de sua vida: desde a morte de Sócrates até a sua própria, sempre ensinando na instituição que fundou.
No local da antiga Academia foi construído outro centro de estudos filosóficos, chamado de neoplatônico, que durou até 529 d.C, fechado sob o governo de Justiniano I, sob alegação de propagação do cristianismo.

fONTE: Mix Brasil

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