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domingo, 20 de dezembro de 2009

Seguindo a máxima de que uma imagem vale mais do que mil palavras, selecionamos algumas imagens fortes.

Do começo ao Fim é bom. Considerando o cinema nacional, o filme é ótimo. A linguagem poética e o tom de cinema arte do filme desagradaram alguns, que chamaram o longa de “parado”.
O problema desta obra de Aluízio Abranches não está no roteiro em si, mas no aprofundamento dele. Mas, talvez, se a argumentação do filme fosse mais forte desagradaria a muitos – pois levantaria bandeiras - e se a reviravolta fosse drástica ou um desfecho surpreendente tomasse parte do filme, outros ficariam insatisfeitos – se houvesse uma morte ou traição que gerariam mais conflitos ao filme. Por isso o filme é light, água com açúcar sim, mas é o primeiro do gênero para o público gay brasileiro e merece o devido respeito.
Quando se fala em filme gay, logo imaginam filmes cult, transgressores, desafiadores. Do Começo ao Fim não é nada disso. É um filme bonito, com uma estética e luz fantásticas, com alguns deslizes cômicos, como o taxi que para ao lado da piscina, no gramado e segue para o lado em que só há espaço suficiente para ele sair de cena ou os deslizes inocentes e perdoáveis de um ator mirim estreante.
De fato, o filme passa sem grandes momentos, é prolixo, ao ponto de os próprios pais não questionarem ou julgarem os filhos, a ponto de deixá-los fazer o que quiserem. São dois gays estranhos que falam de sexo abertamente, como se o incesto fosse algo socialmente comum. Do Começo ao Fim se mostra além do seu tempo nesse ponto. Para alguns é uma fraqueza, mas daqui a 40 anos, quem sabe, essas discussões causarão reações apáticas como as vistas no filme.
O que sobra são as cenas de nu do filme, que gratificam o observador gay. Os atores João Gabriel Vasconcellos (modelo da Ford Models) e Rafael Cardoso (Cinquentinha) são lindos. A surpresa é João Gabriel que segura bem seu personagem e aparece por várias vezes como veio ao mundo, mostrando sua intimidade. Rafael Cardoso está melhor em Cinquentinha, com certeza, mas é outro colírio aos olhos.
São muitas as cenas narradas e mudas durante o filme. Com certeza poderiam ter colocado mais história, para fundamentar os argumentos, que ficam meio soltos. O filme é lindo, merece ser visto e deixem as críticas para aqueles que não acreditam no amor.

Fonte: Revista lado A

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá.
Acabo de descobrir o blog e gostei muito, mesmo!
Esse filme me deixou com a pulga atrás da orelha. Não sou crítico de cinema, mas gosto de maneira geral.
É sim um filme brasileiro muito bom, considerando o contexto em que foi feito e considerando o cinema nacional. Tem deslizes, digamos que falta um pouco de experiência.
A única crítica que tenho ao filme é que já logo de início o filme passa uma imagem que eu não gostaria que as pessoas tivessem.
O menino não queria abrir os olhos, e diz ao público que foi sua primeira grande lição: o livre arbítrio. Mais adiante, em conversa com o menino mais velho, a mãe diz que na vida devemos fazer "escolhas", e nem sempre podemos fazer a escolha que seja boa.
Ora, eu não creio que o homossexualismo seja uma escolha, nem questão de livre arbítrio... não creio que nenhum gay, ou pelo menos a grande maioria, se manteria gay se tivesse uma opção. E já que não temos opção, ninguém usaria do chamado livre arbítrio para se negar a tal ponto de querer extinguir, pelo menos para os outros, o ser homossexual que é.
Bom... acho que é mais ou menos isso.
Abraços.
Daniel

andré luis leite disse...

Olá,

Sempre acesso seu blog, gosto da forma como vocÊ escreve sobre as coisas mas sua aprecição sobre o filme do abranches deixa muito a desejar. Digo isso pois o motor de toda e qualquer história desde o século XIV é a existência de conflito. No filme em questão não há nenhum, de nenhuma ordem. Ao invés de começar falando de liberdade, livre arbítrio, seria mais apropriado começar com "era um vez...". Sério, a fotografia, de fato é bela, os atores tambpém o são mas a história é medíocre na medida em que, se propõe a tratar de temas pesados e o faz de um modo completamente impossível.